segunda-feira, 16 de maio de 2022

Uma contribuição para que sua semana tenha mais e mais Mario Quintana

 Eu simplesmente adoro seus escritos e por isso estou compartilhando contigo... Mario Quintana foi um dos maiores poetas do século XX, foi um mestre da palavra, do humor e da síntese poética.

Uma pequena biografia

Mario Quintana nasceu em Alegrete, no Rio Grande do Sul, no dia 30 de julho de 1906. Descendente de oligarcas rurais, fez seus primeiros estudos em sua cidade natal. Iniciou o aprendizado da língua francesa, idioma muito falado por seus pais. Aos 13 anos, Mario Quintana foi estudar, em regime de internato, no Colégio Militar de Porto Alegre. Nessa época, publicou seus primeiros poemas na Revista Literária dos alunos do Colégio. Em 1924, Quintana deixou o Colégio Militar e depois de um breve retorno à sua terra natal, voltou para Porto Alegre onde trabalhou como jornalista e tradutor. No jornal O Estado do Rio Grande do Sul redigiu a seção O Jornal dos Jornais. Nessa época, recebeu a premiação do concurso de contos do jornal Diário de Notícias de Porto Alegre com o poema A Sétima Passagem e, seu poema Para foi publicado na revista carioca “Para Todos.” Em 1934 a Editora Globo lançou a primeira tradução de Mario Quintana. Trata-se de uma obra de Giovanni Papini, intitulada Palavras e Sangue. A partir daí, segue-se uma série de obras francesas traduzidas para a Editora Globo. O poeta foi responsável pelas primeiras traduções no Brasil de obras de Voltaire, Virginia Woolf, Charles Morgan, Marcel Proust, entre outros.

Carreira literária

Em 1940, Mario Quintana lançou seu primeiro livro de poesias  A Rua dos Cataventos. Sua poesia extraiu a musicalidade das palavras. A aceitação de seus poemas levou vários sonetos a serem transcritos em antologias e livros escolares. Quintana foi alvo de elogios dos maiores intelectuais da época e recebeu uma indicação para a Academia Brasileira de Letras, o que nunca se concretizou. Sobre isso ele compôs, com seu afamado bom humor, o conhecido Poeminha do Contra. Em seguida, publicou: Canções (1945), Sapato Florido (1947), O Aprendiz de Feiticeiro (1950) e “Espelho Mágico (1951). Em 1953, Quintana passou a trabalhar no jornal “Correio do Povo”, onde durante quatro décadas publicou poemas na coluna Caderno H. Segundo ele, o nome da coluna se chamava assim porque era feito na última hora, na hora “H”.

Consagração

Quintana foi consagrado como um dos maiores nomes da poesia brasileira. Sem se enquadrar em qualquer escola literária, livre do compromisso com o valor formal, em sua obra o poeta filosofa em uma linguagem coloquial e bem cuidada. Quintana aborda temas do cotidiano, da infância, da morte, do amor e do tempo. Tece reflexões sobre o bem e o mal, que evoca na forma de Deus, anjos e diabos.

Prêmios e homenagens

• Homenagem na Academia Brasileira de Letras pelos ilustres Manuel Bandeira e Augusto Meyer (1966).
• Prêmio Fernando Chinaglia de melhor livro do ano com Antologia Poética (1966).
• No ano seguinte, vem o título de Cidadão Honorário de Porto Alegre (1967).
• Medalha "Negrinho do Pastoreio", concedida pelo governo do Rio Grande do Sul (1976)
• Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto da obra (1980).
• Título de Doutor Honoris Causa, concedido pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1982).
• Em 1983, o Hotel Majestic passou a se chamar Casa da Cultura Mário Quintana, local onde o poeta morou de 1968 a 1980.

Falecimento

Mario Quintana faleceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, no dia 5 de maio de 1994.



Saboreando Mario Qintana


DAS UTOPIAS

Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!


AS INDAGAÇÕES

A resposta certa, não importa nada: o essencial é que as perguntas estejam certas.


POEMINHA DO CONTRA

Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho,
Eles passarão...
Eu passarinho!


CANÇÃO DO DIA DE SEMPRE

Tão bom viver dia a dia...
A vida assim, jamais cansa...

Viver tão só de momentos
Como estas nuvens no céu...

E só ganhar, toda a vida,
Inexperiência... esperança...

E a rosa louca dos ventos
Presa à copa do chapéu.

Nunca dês um nome a um rio:
Sempre é outro rio a passar.

Nada jamais continua,
Tudo vai recomeçar!

E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas...


Compilei essas informações do site Pensador. Segue o link:
 https://www.pensador.com

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