📖Era Uma Vez na Alta Paulista


Quem nasceu de Marília - SP a Panorama - SP, a famosa  região da  Alta Paulista, no século passado, conheceu

➡ Casa de madeira

➡ Coreto de praça

➡ Rua de paralelepípedo

➡ Terreirão de café

➡ Trilhos que passava o trem


Hoje em pleno século 21 as construções elencadas acima são peças arqueológica para a geração atual. Por isso, elaborei o texto abaixo, de forma bem didática para praticarmos nossa resiliência, exercitarmos a memória e criarmos  uma reflexão e quem sabe, influenciar alguns pais contarem para seus filhos as histórias e memórias da nossa região...


Aproveite! Lá vem história!✍️😎🧑‍🦯


O entardecer pintava o céu de um laranja suave quando Carlos reuniu seus filhos, Pedro e Marina, e alguns de seus amigos para uma conversa no quintal. O pai, um apaixonado por história, carregava nos olhos o brilho de quem vivenciou tempos diferentes. Ele amava contar para os filhos como era a vida na Alta Paulista quando era criança, na época em que quase tudo parecia ter um ritmo próprio, um ritmo que o tempo e as novas construções foram deixando para trás.


“Vocês sabiam que nem sempre as casas eram feitas de tijolos, azulejos, concreto e vidro como hoje?” começou ele. Os pequenos o encararam com curiosidade, balançando a cabeça em negativa. “É verdade! Quando eu era pequeno, muitas casas eram de madeira, com tábuas largas e janelas simples. Aqueles que chegavam na região e tinham pouca experiência em construção faziam essas casas com muito carinho. Elas eram acolhedoras, cheiravam a madeira nova e tinham aquele ar de lar, sabe?”


Pedro, curioso, perguntou: “Mas por que elas eram assim, pai? Hoje quase não vejo casas desse jeito  por aqui.”

“Boa pergunta, filho! Era assim porque naquela época, entre as décadas de 1930 e 1960, quando muitos imigrantes chegaram para trabalhar nas lavouras de café, era o que havia de mais acessível e prático. A madeira era abundante e rápida de montar. Na Alta Paulista, que vai de Marília até Panorama, havia imensas plantações de café, que a região era famosa por produzir. E falando em café...”

As crianças se animaram. “Conte, pai!”


“Vocês já viram aquele chão de cimento batido  no sítio da vovó? Imagine aquilo cheio de grãos de café, secando ao sol. Chamávamos aquilo de terreirão de café. Antes de chegar à xícara, o café precisava ser colhido, espalhado e seco ali, naquele lugar. Então, todas as manhãs, homens e mulheres saíam para as lavouras, colhiam o grão com as próprias mãos, e depois os colocavam no terreirão para secar. Era um trabalho intenso, mas sabia que era ali que se começava a preparar um café que muitos daqui e até de fora adoravam?”


Os olhos de Marina brilharam. “E as crianças, papai, o que faziam?”

“Ah, as crianças se divertiam no coreto da praça. Era lá que a gente se encontrava, brincava de esconde-esconde, rodava pião e pulava corda. Em cada cidadezinha da Alta Paulista, tinha uma praça com um coreto. Esse coreto era o palco da nossa diversão e dos grandes eventos da cidade: festas, quermesses, apresentações musicais... Tudo acontecia ao redor do coreto. Quando o som começava a tocar, as famílias inteiras se reuniam. Hoje, os coretos são mais raros, e muitos viraram fotografias de museu, mas para nós eles eram o centro da nossa infância.”


“E as ruas, tio?” perguntou Lucas, o amigo de Pedro, curioso. “É verdade que eram feitas de pedras?”

“Sim, eram de paralelepípedo! Vocês já pisaram em um? Eles faziam um barulho gostoso quando o carro passava, e as crianças adoravam correr e brincar ali. Naquela época, as cidades não tinham asfalto, então essas pedras eram uma forma de pavimentar as ruas para os carros que passavam por lá. Inclusive as primeiras ruas que recebiam os paralelepípedos era a da igreja e a da estação de trem.


“Trem?” repetiu Pedro, espantado. “ A minha avó um dia me contou que esses trilhos chegam em cidades bem longes. Carlos riu. “Pois é, esses trilhos cortam a Alta Paulista de um lado a outro. Os trens eram o meio de transporte principal para levar o café e demais mercadorias para a capital e para o porto de Santos, de onde seriam exportados para outros países. Vocês sabiam que a nossa região foi construída ao redor desses trilhos? Quando o trem apitava, todo mundo parava pra ver! Era um momento mágico!”


As crianças escutavam atentas, absorvendo cada detalhe. Carlos sabia que aqueles tempos não voltariam, mas sentia que, ao compartilhar suas histórias, essas memórias não se perderiam.

“Hoje, quase nada disso existe como antes. As casas de madeira foram trocadas por construções modernas, os terreirões se tornaram pátios e os trilhos deram lugar a rodovias. Mas esses lugares... Esses lugares que eu descrevi são como tesouros do passado, como pontes que nos conectam àqueles que construíram essa região com tanto esforço.”


Então, ele olhou para os filhos e amiguinhos com um sorriso animado: “O que acham de fazermos uma excursão por aí? Podemos procurar essas peças arqueológicas do século 21! Quem sabe a gente encontra uma antiga estação, um coreto escondido ou até mesmo um terreirão de café! Assim, vocês vão poder ver de perto tudo o que eu contei. E, quem sabe, também contar essa história para os filhos de vocês no futuro…”

As crianças vibraram com a ideia, prontas para viver a aventura de explorar a história da Alta Paulista ao lado de Carlos.


📖 Hismere: Cada memória que guardamos é um tijolo na construção da nossa resiliência. Descubra sua força através das histórias 


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