O avô, o neto mais velho e o tesouro escondido: O Legado - Parte 3 (final)


O sol se punha no horizonte, tingindo o céu com tons de laranja e rosa, quando o neto mais velho, agora deficiente visual total, sentiu o calor do solo sob seus pés. Ao seu lado, seus filhos, Guido e Bella, olhavam ao redor com curiosidade e um toque de ceticismo. Eles haviam crescido na cidade, longe das histórias e das terras do bisavô, mas estavam determinados a ajudar o pai a concluir a busca que ele começara há tantos anos.


“Pai, você tem certeza de que é aqui?” perguntou Guido, segurando a mão do neto mais velho.

“Sim, filho. Eu sinto que estamos perto”, respondeu o neto mais velho, com uma confiança que só a fé e a memória poderiam proporcionar.


Bella, com um mapa antigo e desgastado nas mãos, tentava decifrar as instruções deixadas pelo bisavô. As anotações, unidas após anos de tentativas, formavam um quebra-cabeça que finalmente fazia sentido. “Aqui”, disse ela, apontando para um ponto específico no mapa. “É aqui que devemos cavar.”


Com ferramentas improvisadas, começaram a escavar o solo. A cada porção de terra removida, a expectativa crescia. O suor escorria pelo rosto de Guido, enquanto Bella mantinha os olhos fixos no buraco que se formava. O neto mais velho, embora cego, parecia ver mais do que qualquer um deles, guiado por uma intuição quase sobrenatural.


Após horas de trabalho árduo, o som metálico de uma pá batendo em algo sólido ecoou pelo campo. “Achei algo!” exclamou Guido, com a voz trêmula de excitação. Com cuidado, desenterraram um pequeno baú de madeira, envelhecido pelo tempo.


Ao abrir o baú, encontraram um vidro de sementes de diversas espécies, brilhando como se fossem feitas de ouro. “Sementes?” perguntou Bella, confusa. “O que vamos fazer com isso?”


O neto mais velho sorriu, lembrando-se das palavras de seu avô. “Essas sementes são de uma qualidade excepcional. Elas representam o legado do meu avô e respectivamente o bisavô de vocês, uma esperança para o futuro.”


Guido e Bella se entreolharam, ainda incertos. “Mas pai, nós não sabemos nada sobre agricultura”, disse Guido.

“Não precisamos saber tudo”, respondeu o neto mais velho. “Podemos aprender. Podemos encontrar pessoas que nos ajudem. O importante é que agora temos algo valioso, algo que pode mudar nossas vidas e honrar a memória do bisavô.”


Enquanto discutiam o que fazer, um homem idoso apareceu na entrada do campo. “Desculpem a intromissão”, disse ele, “mas ouvi falar sobre a busca de vocês. Meu nome é Antônio, e eu era amigo do seu bisavô.”

O neto mais velho virou a cabeça na direção da voz. “Antônio? O que você está fazendo aqui?”

“Eu vim porque sabia que um dia vocês encontrariam o tesouro”, respondeu Antônio. “Mas há algo que vocês precisam saber. Essa seleção de sementes não são simples sementes. Elas são uma variedade rara que pode curar o cancêr. Seu bisavô as escondeu para protegê-las de pessoas que queriam usá-las para o mal.”


Guido e Bella ficaram boquiabertos. “Curar a famigerada doença? A cura  do câncer?” perguntou Bella.

“Sim”, confirmou Antônio. “E agora, cabe a vocês decidir como usá-las. Vocês têm o poder de fazer o bem, de mudar o mundo!”


Com essa revelação, a família percebeu que o verdadeiro tesouro não era apenas material, mas uma oportunidade de fazer a diferença. Unidos, decidiram usar as sementes para ajudar aqueles que mais precisavam, honrando o legado do bisavô de uma maneira que nunca poderiam ter imaginado.


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